JUSTITECH - PERÍCIA DE INFORMÁTICA JUDICIAL
Algum tempo atrás, fui procurado por alguns advogados que buscavam compreender melhor o conceito de endereço IP e as diferenças entre IPv4 e IPv6. Como é um tema fundamental em investigações que envolvem tecnologia, vou explicar de forma breve e acessível.
O que é um endereço IP?
O endereço IP (“Internet Protocol Address”) é um identificador único atribuído a dispositivos conectados à internet, como computadores, smartphones e servidores. Ele funciona como o endereço de uma casa, permitindo que informações cheguem ao destino correto na rede.
Imagine que você envia uma carta: para que ela chegue ao destinatário, é preciso indicar o endereço certo. O endereço IP desempenha essa função na internet, garantindo que os dados trafeguem corretamente entre os dispositivos.
Diferenças entre IPv4 e IPv6
IPv4
O IPv4 (Internet Protocol version 4) é a primeira versão amplamente utilizada do protocolo IP. Ele utiliza endereços de 32 bits, o que permite cerca de 4,3 bilhões de endereços únicos. Um exemplo de endereço IPv4 é:
192.168.0.1
Com o crescimento exponencial da internet e o aumento de dispositivos conectados, os endereços IPv4 tornaram-se insuficientes para atender à demanda.
IPv6
Para resolver esse problema, foi criado o IPv6 (Internet Protocol version 6). Ele utiliza endereços de 128 bits, permitindo um número praticamente ilimitado de endereços únicos – cerca de 340 undecilhões. Um exemplo de endereço IPv6 é:
2001:0db8:85a3:0000:0000:8a2e:0370:7334
Além de expandir o espaço de endereços, o IPv6 também oferece vantagens como:
Por que isso é relevante para o Direito?
No contexto jurídico, o endereço IP pode ser uma informação crucial em investigações de crimes cibernéticos. Ele pode ajudar a identificar a origem de acessos ou atividades na internet, embora seja importante destacar que um IP sozinho nem sempre é suficiente para determinar a identidade de um indivíduo, pois pode ser compartilhado ou mascarado por ferramentas como proxies e VPNs.
Ao compreender as diferenças entre IPv4 e IPv6, advogados e operadores do Direito estão mais bem preparados para interpretar laudos técnicos e contextualizar provas em casos que envolvam tecnologia.